O Ponto de Cultura é a ação prioritária do Programa Cultura Viva e articula todas as demais ações do Programa Cultura Viva. Iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil, que firmaram convênio com o Ministério da Cultura (MinC), por meio de seleção por editais públicos, tornam-se Pontos de Cultura e ficam responsáveis por articular e impulsionar as ações que já existem nas comunidades. Atualmente, existem mais de 650 Pontos de Cultura espalhados pelo país.
O Ponto de Cultura não tem um modelo único, nem de instalações físicas, nem de programação ou atividade. Um aspecto comum a todos é a transversalidade da cultura e a gestão compartilhada entre poder público e a comunidade.
Veja também: http://www.cultura.gov.br/cultura_viva/?page_id=31
Destacaremos a cada dia um ponto de Cultura que trabalhe manifestações africanas integradas à Cultura Popular brasileira:
1- Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô
Tem como cenário de sua fundação e principal atuação a cidade de Lençóis, na região do Parque Nacional da Chapada Diamantina, (uma das maiores reservas ambientais do Brasil,Tombada como Patrimônio Histórico Nacional desde 1974), que teve como base econômica até 1990 a extração de diamante.
Num trabalho que prioriza a Educação e a Cultura, que tem como missão
semear educação e tradição oral fortalecedora da identidade das crianças, adolescentes e jovens brasileiros. Reinventar a integração entre o velho e o novo num presente pleno de ancestralidade e identidade na educação para a celebração da vida
o belo conceito, teórico e prático, Pedagogia Griô se desenvolve através de oficinas.
Quem são os Griôs?
Para compreender o significado de griô, é preciso dialogar sobre uma “sociedade baseada no diálogo entre os indivíduos e na comunicação entre as comunidades ou grupos étnicos” - a tradição oral - diferenciando inclusive o conceito de griô e de mestre. Conversar ainda sobre o significado da palavra e do diálogo para as sociedades do noroeste da África e para diversos grupos da cultura afrodescendente brasileira.
(...)
A palavra griot é francesa, griot no masculino e griote no feminino. Griô é um jeito brasileiro proposto pelo Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô que optou pelo trabalho com os/as griôs reis, os/as que são iniciados/as pelos mestres.
Segundo Hampâté Bâ, nas línguas e dialetos da região sul do Saara, noroeste da África, na tradição oral dos grupos étnicos Bambaras e Fulas na região do Mali, de onde originam os griôs, eles têm diversos nomes e funções sociais, como por exemplo, em Bambara: Dielis, que significa sangue, uma analogia com o que circula no organismo vivo. Eles são genealogistas, contadores de histórias, músicos/poetas populares, importantes agentes da cultura. Chegam a assumir a função de noticiadores, mediadores e diplomatas. Às vezes são contratados pelos nobres para pesquisar e contar a história e genealogia de sua família, seus heróis e glórias. Os griôs podem enfeitar ou alegrar os eventos de uma comunidade como os palhaços. Na tradição oral, a palavra tem um poder e um significado divino, tem um compromisso com a verdade e com os ancestrais. Ter o poder de brincar e enfeitar as palavras é algo legitimado apenas por alguns tipos de griô.
Segundo Thomas Hale (1998), os griôs são responsáveis por uma sabedoria e uma arte verbal presentes nos rituais da vida social: nascimento, iniciação, aliança matrimonial, cerimônia de casamento e funerais. Os griôs têm uma imagem social e política, além de um lugar econômico determinante no funcionamento das sociedades do noroeste da África
Veja também: livro "Pedogogia Griô: A Reinvenção da roda da vida", de Líllian Pacheco. Sistematização de vivências, invenções e pesquisas compartilhadas do Ponto de Cultura Grãos de Luz e Griô. /
http://www.graosdeluzegrio.org.br/
(acesse também o link através da lista lateral de Pontos de Cultura!)
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